Acabei de ouvir as notícias de hoje |
Parece que minha vida vai mudar |
Fechei meus olhos, comecei a rezar |
E lágrimas de felicidade desceram rosto abaixo |
Com os braços bem abertos |
Sob o sol |
Bem-vinda à esse lugar |
Vou te mostrar tudo |
Com os braços bem abertos |
Bom, eu não sei se estou preparado |
Pra ser o homem que tenho de ser |
Vou respirar fundo, trazê-la pro meu lado |
Paralisados pelo deslumbramento, acabamos enxergar vida |
E, de braços bem abertos |
Sob o sol |
Bem-vinda à esse lugar |
Agora tudo mudou |
Vou te mostrar o amor |
Vou te mostrar tudo |
Com os braços bem abertos |
Se eu tivesse apenas um desejo |
Um pedido só |
Eu torceria pra ela não ser igual a mim |
Espero que ela seja compreensiva |
Que ela abrace essa vida |
Segure-a pela mão |
E a apresente ao mundo |
Com os braços bem abertos |
26/05/08
17 mar 2010 Deixe um comentário
DESALOJADO
16 mar 2010 Deixe um comentário
em CRÔNICAS
Desalojado
Cada dia que passa me convenço que as relações humanas são o que determina a capacidade de sermos ou não felizes nessa vida. Explico: quando lemos um determinado livro ou ouvimos uma música, eles nos são alvo de estímulo, na medida em que temos disposição e alma para nos entregar as relações. Explicando melhor, não é a música, ou livro que nos determinam se as relações que temos com o outro serão ou não efetivas mas são as relações que determinarão se estamos propensos ou não a aceitar a sutileza da poesia ou a sensibilidade da música, governando eles o nosso temperamento. Aliás, todo o nosso temperamento está a mercê de como andam as nossas relações com os nossos amigos, esposa, marido, namorados, pais e filhos.
As vezes, no meu caso, um sorriso de uma mulher bonita, numa manhã, determina minha aceitação do mundo, enquanto que uma cara fechada e mal humorada determina o quando eu detesto esse mesmo mundo em que vivo, o que para mim é péssimo principalmente na qualidade em que desenvolvo as minhas relações, pois se me conheço bem, sou escravo de um sorriso doce e de um belo par de olhos.
Tenho um entendimento peculiar da forma como Deus brinca com as emoções humanas: Ele pede mais doação das pessoas do que a capacidade que elas tem em se doar e aí reside um terreno perigoso das relações humanas, a cobrança desenfreada, o sentimento não vivido, da carência estampada no rosto e na falta de amor. É por isso que neste mundo de hoje sobra muito espaço para vivermos os nossos sentimentos de forma apenas superficial, onde nosso coração acaba sendo desalojado de nós mesmos, como se ele só servisse para uma coisa: bombear sangue.
Uma recente estatística publicada pela revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, aponta que a maioria dos enfartos nos homens de meia idade tem como característica principal o fato deles serem ou estarem sozinhos. É claro, seus corações deviam estar preenchidos por outras coisas que não sangue arterial ou venoso.
Outra coisa que me aborrece nessa história de relacionamento humano, é a forma como esperamos a retribuição do outro: se não ligou, se não procurou, se não amou, lá vamos ficar de mal com mundo de novo pois acredito que, já que sou tão bom nessa relação, mereço receber a felicidade em troca e por isso vamos brigando com Deus e o mundo.
Os amigos perguntam “por quê você está sempre mau humorado?”. Respondo “é porque não há nada de engraçado nesse mundo para se ver”.
Estava eu num desses fins de semana gelado, fazendo caminhada segurando a chaves do meu carro e de mal com a vida, divagando sobre todo esse processo que envolve essas relações, que,quando percebi, havia alguém do meu lado, “você deixou cair as suas chaves” disse-me uma bela jovem vestindo calça de agasalho preto e cabelos caindo sobre os olhos, agradeci sorrindo e pensei, “vai começar tudo de novo….”
Paulo Roberto Bueno
15/03/10